Um levantamento feito pelo Centro de Referência da Saúde do Homem, unidade da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, aponta que o número de atendimentos aos pacientes com quadro de cálculo renal aumenta 30% entre os meses de janeiro e março todo ano.
O urologista Fábio Vicentini, médico chefe do ambulatório de litíase renal do Centro, afirma que amendoim, castanha do Pará, calabresa e camarão facilitam a formação das pedras, principalmente por indivíduos propensos à doença, que atinge duas vezes mais os homens do que mulheres. A obesidade também está ligada ao problema, já que os pacientes com índice de massa corporal elevado podem apresentar mais cálcio e ácido úrico na urina.
Complicação difícil de lidar, a dor do cálculo renal provoca dores horríveis, além de náuseas, vômitos, febre e até sangue na urina. A pedra se forma quando algumas substâncias secretadas pela urina - como o cálcio - estão presentes no rim em quantidade excessiva e isso causa um processo de cristalização, formando a pedra.
Confira alguns cuidados que especialistas recomendam para evitar que o cálculo renal.
A principal recomendação para evitar as pedras e auxiliar o tratamento, é ingestão de líquidos acima de dois litros por dia. "Isso deixa a urina menos concentrada, auxiliando a diluição dos cristais", explica o nefrologista Eduardo Garcia, do Hospital Samaritano de São Paulo.
Outro motivo é a maior perda de líquido pela transpiração, levando a uma urina mais concentrada.
Por isso, se você já tem pedras no rim ou quer evitá-las, aumente a ingestão de água nos dias quentes e use roupas mais leves, evitando a transpiração excessiva.
“A ingestão de álcool em grandes quantidades pode levar à desidratação e à elevação no ácido úrico", explica o nefrologista André Sloboda, da Sociedade Brasileira de Nefrologia. As bebidas fermentadas são as que têm maior teor desse ácido e seu consumo elevado pode levar a um agravamento das pedras ou ao surgimento delas.
O sal pode ser tido como o grande vilão na formação de cálculos renais. "O consumo elevado leva a uma maior excreção de sódio pelo rim, o que pode aumentar a produção de cálcio, fósforo, acido úrico ou oxalatos, causando a pedra no rim", conta o nefrologista André Sloboda.
Em casos de cálculo renal mais grave, é recomendado evitar a ingestão de alimentos fontes de proteínas ou de cálcio em grandes quantidades. "O excesso de proteína animal aumentará a secreção de acido úrico urinário, podendo agravar ainda mais o cálculo", conta o nefrologista Pedro Rocha.
A restrição do cálcio é aplicada a pessoas que desenvolveram pedras formadas por esse nutriente (o cálculo renal por excesso de cálcio é o mais comum).
Em casos de pedra nos rins acima de quatro milímetros é necessário o auxilio de medicamentos analgésicos, para que ela possa ser expelida sem dor, e outros medicamentos que ajudem a sua passagem - todos receitados por um médico.
De acordo com os especialistas, é recomendado o tratamento cirúrgico quando as pedras possuem mais de 10 milímetros, já que são mais agressivas.
Para todos os casos, a recomendação é conversar com o seu médico e descobrir qual é o método mais adequado.
Existem doenças sistêmicas que podem ter o cálculo renal como o seu primeiro sintoma. Alguns exemplos são gota, doenças autoimunes, doenças inflamatórias intestinais e doenças renais. “Quando o cálculo renal aparece junto com febre, pode sinalizar uma infecção associada e deve ser motivo para procurar assistência médica imediata”, conta o nefrologista Eduardo Garcia.
Todo cuidado é pouco: se você está desconfiando que o seu cálculo renal pode ser sintoma de qualquer complicação mais grave, fale com seu médico.
Fotos: Acervo de Imagens do Google
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